Depois de um bom tempo sem postar nada por causa dos muitos trabalhos da pós-graduação, estou de volta com a parte final dos rótulos anti-sociais. Mas antes da matéria principal gostaria de agradecer ao @jader_assis pelo novo banner do blog, quando coloquei o banner, também aproveitei pra dar uma “ajeitadinha” no blog.
Sem mais enrolação, a parte final:
Otakus
Otaku (em japonês: オタク – trad: geek) é um termo utilizado no Japão para designar uma pessoa que é aficionada ou que tenha obsessão por algum assunto ou hobby. No ocidente, o termo otaku é utilizado para rotular fãs de animes e mangás, mudando o sentido original do termo.
Origem: Japão
O sentido original de otaku era como tratamento respeitoso na segunda pessoa, literalmente sua casa ou sua família. O humorista e cronista Akio Nakamori observou que a palavra era muito utilizada entre fãs de animes e a popularizou por volta de 1989, quando a utilizou em um de seus livros. Esse livro, M no jidai descrevia um assassino em série que se descobriu ser obcecado por animes e mangás pornográficos, e que recriava as histórias estuprando jovens garotas. A história foi inspirada em um assassino real, Tsutomu Miyazaki. Na época, criou-se um grande tabu em volta do termo, ele foi distorcido e passou a ser usado de forma pejorativa para designar qualquer pessoa que se torna obcecada demais em relação a um determinado assunto.
No Brasil
A popularização do termo, e em certa medida até mesmo dos animes e dos mangás no país aconteceu graças a primeira revista especializada em animes e mangás no Brasil, a Animax. A revista utilizou, provavelmente, pela primeira vez a palavra otaku no mercado editorial brasileiro para agrupar pessoas com uma preferência por animação e quadrinhos japoneses. Como pôde ser percebido mais tarde, o significado original do termo e a visão pouco favorável que a sociedade japonesa tinha dos otaku não foi citada: o termo fora citado na Animax como sendo somente um rótulo utilizado por fãs de animes e mangás no Japão, e este foi o estopim da grande polêmica.
A omissão de explicações precisas sobre o termo e a posterior popularização de seu sentido pejorativo teve repercussões logo de início: fãs de animes mais velhos e membros da comunidade japonesa que conheciam o sentido pejorativo do termo otaku foram os primeiros a protestar contra a popularização do novo significado da palavra, sendo prontamente rotulados de antiotakus, por supostamente “transformar o termo em algo pejorativo”.
As discussões sobre o termo dentro da comunidade de fãs de animes e mangás se iniciaram: muitos membros se denominavam como “fãs de animes” ou “fãs de mangás” em tentativa de escapar do rótulo de otaku, por saberem do significado pejorativo que a palavra carrega e admitirem tal significado como o correto; enquanto outra parte se denomina prontamente como otaku e prega que não há sentido pejorativo na palavra.
As discussões continuaram em locais que vão desde fóruns especializados em animes e mangás à comunidades no Orkut, mostrando ainda um traço de divisão em relação ao termo e nenhuma conclusão em definitivo sobre o mesmo.
Nos últimos anos, porém, é cada vez mais comum ver programas através dos meios de comunicação utilizando a palavra otaku em seu sentido alterado (fã de animes ou mangás), visto que a grande maioria não conhece a história do termo, e são justamente estes que recebem mais atenção da mídia.
Mesmo que em muitos países o termo otaku seja usado como sinônimo para fã de animes e mangás, em muitos lugares ainda se utiliza o seu significado pejorativo, como por exemplo, na Austrália. É necessário certa cautela quanto ao uso do termo, pois a multiplicidade de sentidos que ela possui pode gerar conflitos desnecessários.
É isso aí, otaku teve mudanças grandes: começou como um tratamento respeitoso, depois passou a ser um termo pejorativo para designar obsessão em demasia e agora é utilizado como rótulo para fãs de animes e mangás.
Confira a abertura do anime Gintama.