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Simbiose, mutualismo e protocooperação

Líquen

Mutualismo obrigatório ou simbiose

Define a interação em que as duas espécies não podem viver separadas. O exemplo clássico são os líquens, nos quais os fungos absorvem e metabolizam os nutrientes e as algas realizam fotossíntese. Nesta situação, as espécies constituintes da associação podem até perder a sua identidade. A associação de bactérias fixadoras de nitrogênio, como as pertencentes ao gênero Rhizobium, às raízes das leguminosas é outro exemplo típico de simbiose. Outro exemplo de simbiose ocorre entre os cupins e o protozoário triconinfa. Este microrganismo vive no intestino dos cupins e digerem a celulose, transformando-a em açúcares disponíveis para as duas espécies. Situação semelhante ocorre na associação entre ruminantes herbívoros com as bactérias em seu estômago. Essas bactérias recebem abrigo e alimento e fornecem ao animal ácidos orgânicos que lhe permitem aproveitar melhor o nutrientes das plantas. Além disso, as bactérias oferecem ao animal várias vitaminas que ele pode absorver. Mas o seu papel mais importante nessa associação é a digestão da celulose e sua transformação em açúcares simples, como ocorre com os cupins.

 

Mutualismo facultativo, ou protocooperação

Caranguejo paguro
Caranguejo paguro

Os fungos micorrízicos associados às raízes de plantas são um tipo de mutualismo facultativo. O Mutualismo facultativo, ou protocooperação, ocorre quando as duas espécies associadas são beneficiadas pela interação mas podem viver independentemente ou trocar de parceiro. Este é o caso das aves que removem parasitas na pele do gado. Outro caso típico é o do caranguejo paguro associado a actínias sobra a sua concha.

 

Mutualismo trófico

O mutualismo trófico geralmente é composto por parceiros especializados em formas complementares de obtenção de energia e de nutrientes. Há diversos exemplos de mutualismos tróficos, como o que ocorre nos líquens, nas micorrizas e nas bactérias do tipo Rhizobium que se associam a raízes de plantas e formam nódulos radiculares responsáveis pela captação de nitrogênio. No mutualismo trófico cada parceiro vai suprir um nutriente que está em déficit, que o outro parceiro por motivos limitantes não consegue obter sozinho. As bactérias do tipo Rhizobium, que podem assimilar o nitrogênio molecular do solo são fundamentais nos solos tropicais, que são extremamente pobres de nitrogênio. Em troca desse nitrogênio as bactérias recebem carboidratos das plantas.

Raízes de orquídea
Raízes de orquídea

Bactérias presentes no rúmen de bovinos podem digerir a celulose presente nas fibras dos vegetais. As enzimas digestivas produzidas pelo animal não executam essa função. Com isso, os animais se beneficiam dos subprodutos formados na digestão bacteriana e do metabolismo das mesmas para sua alimentação. Já as bactérias se beneficiam porque tem estoques de alimentos constantes em um ambiente favorável, relativamente aquecido e quimicamente regulado. Essas características garantem o crescimento populacional dessas bactérias presentes no organismo animal.

As orquídeas vivem em árvores e rochedos, locais com bastante matéria orgânica, mas pobre em sais minerais. No entanto, suas raízes, com aspecto esponjoso, abrigam fungos que decompõem a matéria orgânica do substrato que se transforma em sais minerais, que são assimilados pelas plantas. Por outro lado as plantas realizam a fotossíntese e sintetizam os nutrientes para a sobrevivência dos fungos.

Líquen
Líquen em tronco de árvore

O líquen é o resultado da simbiose  entre o fungo e a alga, onde o fungo fornece abrigo e umidade e a alga fornece hidrato de carbono. Vivem como se fossem um único ser, são considerados por alguns biólogos como parasitas, como se os fungos cultivassem as algas em benefício próprio.

Alguns cnidários ou celenterados , como as hidras, alojam algas nos seus tentáculos, que são confundidas com vegetação, principalmente pela cor esverdeada de seu corpo, na qual se deve a presença de algas verdes unicelulares no seu interior. Essas algas realizam fotossíntese, cujos produtos são compartilhados com as hidras em uma relação de simbiose.

A relação simbiótica entre espécies de cupins de madeira e protozoários (triconinfa), que somente sobrevivem no interior do tubo digestivo destes animais. Essa associação ocorre em razão da não digestão da celulose por estes insetos, necessitando da capacidade metabólica dos micro-organismos referidos, providos de enzimas (celulose) atuantes na degradação específica deste carboidrato, suprindo assim a precisão nutricional dos cupins.

 

Formigas e pulgões
Formigas e pulgões

Mutualismo defensivo

O mutualismo defensivo é observado em associações onde um parceiro é defendido contra herbívoros, carnívoros ou parasitas. Em troca, oferece algum outro recurso. Um exemplo são espécies de peixes e de camarões, que limpam e retiram parasitas existentes na pele e nas guelras de espécies de peixes. Estes animais chamados de “limpadores” e se alimentam quase exclusivamente dos parasitas retirados dos peixes. Em contrapartida, os peixes que “utilizam dos serviços” dos limpadores ficam livres do excesso de parasitas em seu corpo.

Outro exemplo clássico é a associação entre formigas e plantas. Em em troca de alimentos, como néctar extra floral e corpúsculos perolados, as formigas protegem a planta contra herbívoros. Neste tipo de associação, a especificidade do mutualismo pode ir da generalidade até a a extrema especialização, como no caso das plantas mirmecófilas.

Um outro exemplo ocorre entre as formigas e os afídeos (pulgões), que expelem uma substância líquida e adocicada. As formigas, por sua vez, efetuam o recolhimento deste líquido, transportando-o posteriormente para o formigueiro. Ao mesmo tempo, protegem os afídeos de predadores, que encontram os pulgões através do líquido que segregam.

 

Mutualismo dispersivo

Abelha
Abelha polinizando flor

O mutualismo dispersivo é associação de plantas com animais polinizadores e dispersores de semente. Os polinizadores, ao obter néctar como fonte de água e carboidratos, transportam o pólen entre as flores e dispersam os genes das plantas. Diversos grupos de animais são parceiros ativos de plantas no processo de dispersão, como insetos, aves e mamíferos. No caso da dispersão de sementes, os animais envolvidos se alimentam de frutos e dispersam suas sementes em locais ou ambientes mais adequados para germinação. O mutualismo entre aves frugívoras e ervas-de-passarinho se enquadra nesse caso. As aves depositam as sementes nos galhos das plantas que serão parasitadas.

O mutualismo de dispersão de sementes não é muito especializado. Uma espécie de ave pode se alimentar de vários tipos de plantas e cada fruto pode ser comido por diferentes espécies de aves. Já no caso da polinização, é encontrada uma certa especificidade entre os parceiros. Nesse caso há inclusive modificações no formato da flor que maximizam o acesso de um grupo animal (síndromes de polinização). Isso acontece porque é fundamental que o pólen retirado de uma planta seja levado à flor de outro indivíduo da mesma espécie para que o mutualismo seja efetivo.

 

Fontes:

http://www.significados.com.br/simbiose/

http://www.brasilescola.com/biologia/mutualismo.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mutualismo_(biologia)